domingo, 16 de junho de 2013

Vamos direto ao ponto G da questão


Há alguns meses, Denise Leitão Rocha, ex-assessora parlamentar do gabinete do senador Ciro Nogueira e a mais nova musa a protagonizar um escândalo no Congresso Nacional, foi pré-julgada e moralmente condenada pelo vazamento de um vídeo em que ela aparece com o namorado em cenas salientes e calientes, em que quase aparece o ponto G, vídeo esse veiculado sem reservas, para a abestalhação dos políticos do Brasil, no próprio Congresso Nacional. Depois disso, após o abalo emocional, a moça ganhou notoriedade e, para a nossa alegria, e mais uma vez para a alegria dos políticos – que adoram uma sacanagem –, ela posou para a Playboy e, ao contrário de alguns políticos, ela ganhou um dinheiro razoável e honesto. Antes, porém, por causa do seu vídeo, a moça foi sumariamente exonerada, pois não faltou quem a julgasse. Pura hipocrisia, principalmente vindo de onde veio!
No Acre, os membros de outro ponto/grupo, o G-7, após quase dois anos de investigação legítima da Polícia Federal, uma das instituições mais sérias do Brasil, foram presos, e presos ainda estão há mais de 30 dias, acusados de formação de cartel, fraude em licitações, desvios de dinheiro público e outras mazelas penais e morais. Tal como a moça, também ficaram famosos em algumas revistas, mas para a nossa tristeza a fama é outra, pois teriam ganhado dinheiro de maneira improba. Pena que no Acre, no Brasil, quiçá no mundo não haja uma revista que desnude a alma dos políticos e empresários envolvidos no esquema como a Playboy o faz com os corpos de nossas belas mulheres. O interessante é que, depois de todo o escândalo, que já teve seu aniversário comemorado até com bolo pelos adversários políticos, há quem diariamente os declare inocentes e os defenda com veemência e ainda achincalhem as autoridades policiais e do Judiciário estadual que conduziram a investigação e o processo de maneira firme e isenta.
Minha conclusão?:
No Brasil e no Acre, posar para a Playboy e fazer sexo – a coisa mais natural do mundo, senão não estaríamos aqui – parece ser conduta mais reprovável do que saquear os cofres públicos.
No atual estado das coisas, onde se subverte a ética, a moral e os bons costumes, tudo parece ser apenas uma questão de ponto de vista ou, quem sabe, de ponto G.
Então eu pergunto:
O que fizeram é ou não é uma injustiça? Ah! Refiro-me à moça, benza-a Deus!



Wallace Rocha

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O MITO DO LEITO DE PROCUSTO E A IGNORÂNCIA QUE NOS RODEIA

Por Elenckey Pimentel

Procrusto, também conhecido como "Procrustes", "Procusto", "Damastes" ou "Polipémon" é um personagem da mitologia grega que faz parte da história de Teseu. Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro, que tinha seu exato tamanho, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiado altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente. Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama porque Procusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes. Procrusto significa "o esticador", em referência ao castigo que aplicava às suas vítimas.
Continuou seu reinado de terror até que foi capturado pelo herói ateniense Teseu que, em sua última aventura, prendeu Procusto lateralmente em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes.
É bem verdade que ainda hoje se vê muitos Procustos, de vários tipos, espalhados por aí. Aquele que ignora a corrupção de seus políticos ajustando as coisas de modo a querer justificar aquilo que não tem justificativa, em vez de assumir o erro, o que seria mais honesto e maduro. Aqueles que se apoderam de uma pseudo-sabedoria religiosa e interpretam as Sagradas Escrituras de acordo com o que querem e ignorando aquilo que não entendem, em lugar de buscar uma interpretação – repito! – madura. Há ainda os pais de filhos sempre inocentes. Os culpados são sempre os filhos dos outros. E a grande invenção da qual o Brasil ignorante se orgulha: o jeitinho brasileiro, que faz adequar tudo ao driblar as leis e fazer do país uma grande vítima do Procusto mitológico que, até hoje, não se deparou com seu Teseu. E duvido que isso acontecerá!
No Acre, incrivelmente, parece que este mito é bem real. Pelo menos é um Estado CLÁSSICO! RS!

OREMUS!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

BEING IS NOTHINGNESS / O SER É O NADA


(Há uma versão em português ao final do texto em inglês)

The following text is composed of fragments of the numerous obsecrations from my friend and Professor José Janilson towards authorities in the State of Acre, Brazil, to enforce what is expected in the Brazilian Constitution regarding the right to health, a right that so far has not been fully secured.
Janilson is cardiac and has fought tirelessly to keep standing, considering he needs special medication provided by the government, which not always offers the medicine, and when the medication is available, the state gives sometimes him half only.
Were it not for the charity of some doctors that now and again give him free samples of the medication, Janilson would be in much more delicate situation...
Knowing his numerous obsecrations posted on facebook (profile: José Janilson), I decided to give my contribution here on this blog, which is already accessed in 39 countries. Who knows we may well be heard, now that our country and our state do not hear us!

BEING IS NOTHINGNESS
By José Janilson
Sartre was wrong!
In his important work "Being and Nothingness", I think in French is "L'Etre et le Néant", could be corrected to something like "L'Etre est le Néant", more precisely "Being is Nothingness."
(…) Well, I do not know whom to appeal to!
Even if ordered by Justice – by virtue of Injunction – If I seek assistance from the State of Acre to provide me a medication (Pradaxa 150mg) because of my heart problem, the medication was secured only half of what had been requested. This medication serves to soften the Atrial Fibrillation and assists in the prevention of Cerebrovascular Accident (stroke), ischemia, and embolisms. And it seems that there is not much interest in solving the problem. If I go to the medication dispensing service of the Health Department of the State of Acre in search of the other half of my NOT dispensed medicine, to my surprise, disgust, and expansion of disbelief, but almost certain finding, there was not even a box of the medicine. That first half was done in November, and it's been so long that if the medicine would be ordered from Germany, which is the headquarters of the manufacturer of the medicine, probably the medication would have arrived too.
Look! Nowadays in the State of Acre, Northern Brazil, we are over 350 patients with pacemakers and other implanted electronic devices. That’s it!: we are more than 350 (THREE HUNDRED AND FIFTY) citizen-taxpayers-voters-patients with heart disease corrected by some sort of electronic device implanted in our bodies here in the State of Acre. Many of these people need various kinds of remedies. I imagine that more than 10% of this heart-diseased quota need to take this kind of medicine.
Ensuring health to the citizens is a state duty in Brazil. But, despite being a constitutional obligation, the authorities do not comply with it and prevaricate before serious problems which are easy to solve. In fact authorities do not respect what is mandated by law.
The problem is that the taxpayer-voter-patient with such a device implanted in his body – besides restrictions already imposed by the State – undergoes numerous social restrictions:
1 - should not pass the doors of shops, banks, or any establishments with public access doors with metal detectors or burglar, because such doors can affect or even deregulate the pacemaker. Imagine that you go to the "Mall of Acre", and the shopkeeper does not give any attention to you, without shutting down the system that can cause interference and/or alter his pacemaker... How would you feel? Only you would be left wandering the halls of that shed unable to enter the stores and standing in the aisles looking as “sucker” (...) through the windows. (...);
2 - these same “sucker” human beings need medication provided by the state, but they do not have access to this medication correctly. Sometimes, the state provides it (by half), other times it does not. (...);
3 - the persons who are cardiac find some difficulty walking because their movement makes them feel kinda breathless. For that reason, they almost do not go around for a walking. But if these same citizens own cars, they do not have an appropriate place to park them because the transit authority does not provide an appropriate space for these second-category citizens to have a proper place to park and get around in search of goods and services they need. (...);
How long should we wait?!! The lawmakers we elected are, in most cases, shamefully illiterate. The government representatives also seem to have no worries about this problem. No matter if they hold a degree in medicine, or not. Well, they may think, it’s not my problem! Then, let them be damned! It looks like Bertolt Brecht, writing on "Indifferent", was correct. Well, I'm tired and fed up, so I'll remember two irreverent Brazilian singers Raul Seixas referring to Silvio Brito asking to: "Stop the world that I wanna get off." I can no longer stand so much indifference and lack of commitment! "Because here on earth we will get only disgusting worms!"
I would like to express my special thanks to Cardiologist Doctor Gilberto, who provided me with some free samples of the medicine. Were it not for the charity of Doctor Gilberto, I'd be completely without medication.
PS. But there is something that makes me happy: you – powerful or make-believe authorities – well, you are not IMMORTAL. Although IMMORAL, you also will die! You also will disappear from this planet! Well, I do not believe in hell, but if there is one, may it consume you burning any existing genetic structure in you...
Therefore: BEING IS NOTHINGNESS! See, Sartre?!

(Portuguese version)
O texto a seguir é composto de fragmentos dos inúmeros apelos do amigo e Professor José Janilson às autoridades acreanas para fazer valer o que está previsto na própria Constituição Brasileira no tocante ao direito à saúde, direito esse que até agora não lhe tem sido completamente assegurado.
Janilson é cardiopata e tem lutado incessantemente para se manter em pé, haja vista necessitar de medicação especial fornecida pelo Estado, que nem sempre dispõe do medicamento e, quando o tem, só lhe cede pela metade.
Não fosse a caridade de alguns médicos, que vez ou outra lhe cedem amostras grátis da medicação, Janilson estaria em situação bem mais delicada...
Tendo conhecimento de seus inúmeros apelos publicados no facebook (perfil: José Janilson), decidi eu dar a minha contribuição aqui neste blog, que já é acessado em 39 países. Quem sabe assim possamos ser ouvidos, já que o nosso país e o nosso Estado não nos ouvem!
Vamos ao texto:

O SER É O NADA
Por José Janilson

Sartre estava errado!!!
Na sua importante obra "O Ser e o Nada", acho que em Francês é "L'Être et le Néant", poderia ser corrigido para algo como "L'Être est le Néant", mais precisamente "O Ser é o Nada".
(...) Bem, eu já não sei a quem recorrer!
Se busco assistência do Estado do Acre para me disponibilizar um remédio (Pradaxa 150mg) por conta do meu problema cardíaco, mesmo sendo ordenado através da Justiça – por força de Liminar – com as devidas instruções, o remédio foi garantido só a metade do que havia sido solicitado. Esse remédio serve para amenizar a Fibrilação Atrial e auxilia na prevenção a AVC (derrame), isquemia, e embolias. E parece que não há tanto interesse em resolver o problema. Vou ao CREME – serviço de dispensação de medicação da Secretaria de Saúde do Estado do Acre – próximo ao Hemoacre, em busca da outra metade NÃO aviada do meu remédio, e para minha surpresa, desgosto, e ampliação de descrença, mas quase certa constatação, NÃO havia sequer uma caixa do remédio. Essa primeira metade foi efetuada em novembro, e já faz tanto tempo que daria pra ter mandado buscar até da Alemanha, que é a sede do laboratório fabricante do medicamento. Já teria chegado também.
Vejam só: hoje no Acre somos mais de 350 portadores de marca-passos e outros equipamentos eletrônicos implantados (...). Isso mesmo: somos mais de 350 (TREZENTOS E CINQUENTA) cidadãos-contribuintes-eleitores-pacientes com cardiopatias corrigidas por algum tipo de aparelho eletrônico implantado no corpo aqui pelo Estado. Muitos destes seres humanos precisam tomar vários tipos de remédios. Imagino que mais de 10% deste contingente cardiopata precisa tomar esse tipo de remédio.
Garantir saúde aos cidadãos é dever do Estado. Mas, apesar de ser uma obrigação constitucional, as autoridades não cumprem e prevaricam diante de problemas sérios e fáceis de solucionar. Nem tampouco respeitam o que é mandado pela Justiça.
O problema é que o contribuinte-eleitor-paciente com um equipamento destes implantado no seu organismo, além das restrições já impostas pelo Estado, sofre inúmeras restrições sociais:
1 - não deveria passar nas portas das lojas, bancos, ou quaisquer estabelecimentos de acesso público com as portas com detectores antifurtos ou metálicos, porque as tais portas podem afetar ou até desconfigurar o marca-passo. Aí, meu, lascou-se tudo: imagine que você vai ao "shopping do Acre", e o lojista não dá a mínima atenção a você, sem desligar o sistema causador de interferência e/ou até desconfiguração no seu marca-passo, como você se sentiria? Só lhe resta perambular pelos corredores daquele galpão sem poder entrar nas lojas e ficar feito um abestado nos corredores olhando (...) através das vitrines. (...);
2 - estes mesmos seres humanos precisam de medicamento fornecido pelo Estado e não têm acesso de forma correta. Às vezes, o Estado disponibiliza (pela metade), outras vezes, não tem. (...);
3 - o sujeito que é cardiopata tem "dificulidades" para caminhar porque sua movimentação o deixa com falta de ar. Por essa razão, ele/a já quase não sai. Mas, se este mesmo cidadão possui um carro, ele/a NÃO tem um local apropriado para estacionar porque a autoridade de trânsito não contempla um espaço apropriado para este ser de segunda categoria ter um lugar adequado para estacionar e se locomover em busca dos bens e serviços que precisa. (...);
Até quando esperar?!!! Os "pra-lamentares" que temos são, na grande maioria, vergonhosamente pouco preocupados com a situação de quem já vive em situação mais difícil ainda. Os representantes do poder executivo também não parecem ter tanto interesse em resolver o problema. Não importa se tem formação superior em medicina ou não! Bom, eles devem pensar, o problema não é meu! Então, que se... !!! Parece que Bertolt Brecht, ao escrever sobre "os indiferentes", estava correto.
Bem, eu já estou cansado e de saco cheio, por isso vou me lembrar de Raul Seixas citando Silvio Brito: "Parem o mundo que eu quero descer!". Já não aguento mais tanto descaso e falta de compromisso! "Porque aqui na face da Terra só bicho escroto é o que vai ter!"
Quero expressar meu agradecimento ao Cardiologista Dr. Gilberto, que me disponibilizou umas amostras grátis com as quais eu estou me virando. Não fosse ele, eu estaria completamente sem medicação.
(...)
PS. Mas, há algo que me alegra: vocês – autoridades com poder ou de faz-de-conta – também, vocês não são IMORTAIS. Apesar de IMORAIS, vocês também morrerão! Vocês também sumirão deste planeta! Bem, eu não acredito em inferno, mas se houver um, que ele os consuma queimando toda e qualquer estrutura genética existente em vocês...
Logo: O SER É O NADA! Viu, Sartre?!