sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

21 de dezembro de 2012!



2012! Em época de fim de mundo, tem cada maluco pensando cada coisa!... E eu, como bom maluco, também vou pensando as minhas e gostaria de expô-las ao mundo antes que ele se acabe. Isso se esse grande evento chegar por essas bandas. De mais a mais, também quero morrer famoso, não sei pra quem, seja por inteligência ou ignorância, mas famoso, embora desconhecido, como quase tudo que ainda presta por aqui! RS!
Pensando absurdamente nisso, bem que esse ano poderia ter um significado um pouco mais majestoso, mas o meu realismo não deixa. Na melhor das hipóteses, vai acabar tudo e pronto! Mas se não acabar? E se o Acre não estiver incluído no espetáculo? Todos os meus sonhos serão defuntos!
Aliás, pelo que se tem visto no noticiário, nem o horário certo do evento o povo sabe dizer: uns diziam que seria às 9h11min. Outros, às 9h45min. Outros ainda, às 11h45min. Todos os horários já se foram... e nada! Ô gente ruim de horário! Se fosse na Inglaterra, não acontecia isso.
Mas ainda há os otimistas como eu: até a meia-noite ainda tá valendo! RS!
Entretanto, por via das dúvidas, estou embarcando hoje para sul do país, quero morrer em grande estilo, na primeira fila, com duas horas de antecedência, graças ao fuso horário – bem que poderiam ser três!... Mesmo assim, se ainda não der certo, “Vou-me embora pra Pasárgada”, pelo menos, “lá sou amigo do rei”, posso ter o mundo que quero!
E pensando nessa viagem, me veio outro pensamento trash: quem recorda do filme The Langoliers (Fenda no Tempo, no Brasil), uma minissérie em dois episódios de duas horas cada, produzida em 1995 para a televisão, baseado no livro homônimo (1990) de Stephen King, mestre do suspense? Pois é... é bem por aí. A quem não conhece, só posso dizer que não vou explicar agora, tenho que acabar o texto, pode não dar tempo.
Mas voltando agora para a realidade, de que adiantaria acabar ou não acabar o mundo, como se o que há de ruim nele já não bastasse para tê-lo acabado quase todos os dias com alguns corações de alguns seres humanos em algum lugar longínquo do próprio mundo, como o que aqui estamos, por exemplo?
Se não fosse tão absurdo, poderíamos até dizer que o acabar do mundo não deveria deixar saudade, pois é bem provável que amanhã nós acordemos e tenhamos que continuar, como bem diria Renato Russo, a celebrar o país e sua corja de assassinos, covardes, estupradores e ladrões; celebrar a juventude sem escola, as crianças mortas; celebrar nossa desunião, nossa tristeza, nossa vaidade; comemorar como idiotas a cada fevereiro e feriado, todos os mortos nas estradas, os mortos por falta de hospitais; celebrar nossa justiça, a ganância e a difamação; celebrar os preconceitos, o voto dos analfabetos; comemorar a água podre e todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros; celebrar a fome; alimentar o que é maldade, tudo o que é gratuito e feio, tudo o que é normal (ou imoral); festejar a violência de toda a nossa falta de bom senso, nosso descaso por educação. Celebrar, enfim, a nossa burrice coletiva sem explicação de achar graça de tudo com toda a nossa estupidez (des)humana!...
E aí, ao nos descobrirmos mais conscientes de nosso papel social no mundo, da realidade que nos cerca, poderemos então pensar sem saudosismos ou esperanças de dias melhores: QUE MERDA! O MUNDO NÃO ACABOU! Afinal, isso é Brasil. Vamos ter que continuar vivendo com tudo isso!

Wallace Rocha


Nenhum comentário: