Por Marcya Sussuarana Lira
Sou amante da escrita. Já alfabetizei
muita gente. Minhas emoções (boas ou ruins) me impulsionam a escrever. E fica fácil
saber quando algo ou alguém mexeu no meu "tanquinho emocional".
Encontrei uma pessoa esses dias, com
a qual troquei muitas cartas. Essa pessoa me disse estar com saudades, mas
percebi que a saudade ia além do contato visual (face a face). Era uma saudade
caligráfica.
Com todo esse desenvolvimento
digital, eu também fui transformada. Minha letra, inconfundível e cheia de
personalidade, virou a formal e fria Arial.
O tempo e a velocidade do mundo levou
com o vento muita coisa boa: a expectativa do correio, o exercício grafomotor,
o perfume deixado no papel, a pessoa descrita por sua escrita...
Pela letra, é possível desvendar
cantos escondidos da nossa personalidade, mas o mundo de máscaras parece mesmo
ter conquistado mais aliados, o teclado, o e-mail, o Word...
Já ouvi dizer que em terra de WhatsApp
ligação é prova de amor. Acho também. Às vezes me pego cedendo às facilidades e
às autodefesas embutidas em mensagens virtuais. Você xinga, se declara, e se
quiser ignorar e não quiser ser indelicado, basta dizer que não leu. Enfim, o
mundo frio e sem contato. Me sinto só.
Mas hoje me desafiei e passo a
reescrever a nova história da minha escrita. Fazendo uso do que é
tecnologicamente necessário, sem abrir mão do calor e do carinho perfumado de
uma carta desvelada.
Corra à caixa de correio. Pode ter
algo lá, esperando por você.
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