terça-feira, 28 de agosto de 2012

JOAQUIM BARBOSA – de faxineiro a Ministro do STF


Por Danielle Vitorino



Ex faxineiro, ele limpava banheiros no TRE do Distrito Federal.
Filho de uma dona de casa e de um pedreiro.
Dividia o tempo entre os bancos da escola e a faxina no TRE do Distrito Federal.
Apaixonado por línguas.
Um dia, o mineiro, na certeza de estar sozinho, cantava uma canção em inglês enquanto limpava o banheiro do TRE. Naquele exato momento, um diretor do tribunal entrou e achou curioso o fato de uma pessoa da faxina ser fluente em outro idioma. A curiosidade se transformou em admiração e, na prática, abriu caminho para outras funções.
Hoje, Joaquim Barbosa é fluente em francês, inglês, espanhol e alemão. 
Formou-se em Direito pela UNB, sendo à época o único negro da faculdade. Passou nos concursos de Oficial da Chancelaria, Advogado do Serviço Federal, Procurador da República, Professor da Universidade do Rio de Janeiro.
Ahh!, ele toca piano e violino desde os 16 anos de idade.
E na última semana tornou-se o orgulho do país.

Crédito foto: reportercoragem.com.br



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Motivação: como funciona


                  Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz. O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais produtiva se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência como supervisora. A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.
                Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas. O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. A barata, então, contratou uma mosca e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga, produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!
                O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial. A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior), para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e a cada dia se tornava mais chateada.
                A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo de que era preciso fazer um estudo de clima. Mas o marimbondo, ao rever as cifras, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: Há muita gente nesta empresa!
                E adivinha quem o marimbondo mandou demitir? A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.
                Alguém aí já viu esse filme? Bom trabalho a todas as formigas!


terça-feira, 14 de agosto de 2012

O Radinho da Vovó – um causo verídico!


Vejam que maravilhoso exemplo de desprendimento.

Carta enviada ao diretor de uma escola primária que ofereceu um almoço em homenagem às pessoas idosas da comunidade. Durante o almoço, uma das senhoras convidadas ganhou um rádio, num sorteio realizado com os cupons que foram entregues na porta. Ela escreveu uma carta emocionada em agradecimento aos promotores do evento.

Vejam que LIÇÃO DE VIDA:

“Caros alunos e membros da direção,
Deus abençoe a vocês pelo lindo rádio que ganhei em homenagem aos idosos! Tenho 84 anos e moro em um Lar de Velhinhos.

Toda a minha família já faleceu e não tenho mais parentes. Aqui no nosso Lar, divido o quarto com uma companheira mais idosa (ela tem 95 anos de idade) que não pôde comparecer ao almoço por estar muito deprimida.  
Durante muitos anos em que convivemos, ela teve um Radinho como o meu, que lhe fazia companhia constante. Ela nunca permitiu que eu ouvisse o rádio dela, mesmo quando estava dormindo ou ausente. 

Há algum tempo, no entanto, o rádio dela caiu e se espatifou no chão. 

Foi muito triste para ela, que chorou muito. 

Então eu ganhei este rádio e, no dia seguinte ao almoço, ela pediu-me humilde e comovidamente para ouvi-lo, e eu, olhando para seus olhinhos marejados, disse: 

- Nem fudendo, sua velha filha da puta! 

Obrigada por me proporcionarem essa inesquecível oportunidade!”


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Varrendo a "sujeira" para debaixo do tapete


Domingo fui ao Gamelão dar uma olhadinha no Arraial organizado pela prefeitura. Fui desarmado de todo tipo de rancor.

Nesses eventos, diferente da maioria dos coitados que nunca ouviram falar em “panis et circensis”, costumo ficar arreliado, procurando filtrar os discursos, calcular o grau de satisfação dos incautos apreciadores de marmotas. Juro que não fui para ver, muito menos criar problema.

Diferente da maioria, que se lambuza na gamela, prefiro ficar pelos cantos meio envergonhado de ser pego em eventos pagos com meus impostos sem a devida transparência. Vergonha de ser abestado.

Fiquei pelos cantos, mais exatamente ao lado do palco onde as “autoridades” se empoleiram. Comparando mal, o palco do Gamelão é como um trono egípcio. No alto da escada os seguranças imóveis parecem estátuas a proteger um faraó; se botar uma lança na mão e botar um penacho na cabeça ficam parecendo um dos Dragões da Independência no Palácio do Planalto. 

Ali, poucos sobem, por precaução talvez, com medo de ter que pagar algum impostozinho criado de última hora só para aproveitar a oportunidade.

Mas, como falei, não fui criticar a festa, fiquei ao lado porque era o único lugar de onde seria possível ver as Quadrilhas se apresentando.

E lá pelas tantas um pouco antes da primeira apresentação dois cidadãos cruzeirenses (cidadãos na marra sem título concedido pela Câmara Municipal, é claro), moradores de rua, um de nome da família dos galináceos, outro da família do tabaco, pintaram na festa. 

O Brejeira rodou por ali, e como talvez achando toda aquela baboseira um tremendo saco, voltou para casa, que no caso dele é qualquer lugar ali pelo centro. Já o Galo cometeu o grave pecado de querer dormir ali pela Gamela, quem sabe aproveitando a boa música do Bruno Barros.

Mesmo dormindo, a presença daquele cidadão cruzeirense (sem título concedido pela Câmara Municipal, é claro) representava uma terrível ameaça ao “sucesso do evento”.

Não posso provar, mas acredito que a “ordem de limpeza” deve ter partido dos organizadores do evento, pois pelo que conheço de seguranças eles são super limitados das ideias, mesmo as mais tolas.

Assim, dois seguranças agarraram o “criminoso” com a missão de afastá-lo das vistas do povo. Foi quando vieram na minha direção. Um dos seguranças-garis, parecendo o comandante da guarnição, resolveu o problema da pior maneira possível, jogando o cidadão sob a armação do palco, onde o faraó, ou seja o “prefeito municipal”, a esposa do “prefeito municipal” e alguns secretários estavam. E o fez de uma forma desumana, demonstrando uma violência desnecessária, empurrando a perna do cidadão (que insistia em não ficar escondida embaixo do garajau) com o bico do coturno. Um cidadão ao lado tomou as dores e os dois seguranças-garis o encararam; me aproximei do provável tumulto e pedi calma. O rapaz encarado tratou de sair; e os seguranças, reconhecendo a vacilada, também. E a festa comendo no centro...
              
                Saquei o celular e fiz a imagem abaixo:



Parece que alguns grupos ainda se apresentaram, mas a imagem daquele cidadão (que é portador de deficiência mental e é preso todo dia ali pelos mercados) ali, jogado embaixo do palco do evento, era forte demais para ser ignorada.

Assim caminha a humanidade, assim nossos governantes tratam os excluídos, os indesejáveis, os desajustados. Dissimulando, escondendo, camuflando...

Varrendo a sujeira para debaixo do tapete, acreditam que estão se livrando da responsabilidade, ou pelo menos, maquiando a realidade.

Dessa vez eles não conseguiram. 

Texto: Antônio Franciney
Administrador do BLOG DO FRANCINEY (http://minhascolinas.blogspot.com.br)