quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Férias exóticas – Praia da Pipa - RN (Parte 2 de 2)

Pipa, a maior pequena cidade mais cosmopolitana do país
            Localizada no litoral sul do Rio Grande do Norte, há cerca de 70km de Natal, Pipa é apontada como um dos melhores e mais completos destinos turísticos do Brasil, sendo a maior pequena cidade mais cosmopolitana do país. Localizada no maior santuário ecológico do Estado do Rio Grande do Norte, eleita pelo Guia 4 Rodas como uma das 10 mais belas praias do Brasil, Pipa começou a ficar famosa nos anos 80 através dos amantes do surf.
            Pipa pertence ao município de Tibau do Sul, nome indígena que significa “entre duas águas” (já que é cercado pela Lagoa Guaraíras e o Oceano Atlântico). De “Orotapiry” (aldeia do homem branco em tupi), passando por “Itacoatiara” (pedra principal de cor amarelada) a “Ponta do Cabo Verde” (devido à belíssima vista da Mata Atlântica que os navegadores viam ao longe), a vila acabou sendo conhecida mesmo por Pipa, porque a Pedra do Moleque (situada no ponto mais extremo da praia dos Afogados) parece ao longe com um barril de vinho ou cachaça. Talvez venha daí sua propriedade de “entontecer” os aventureiros e turistas do mundo desde a época em que piratas de todas as nacionalidades desembarcavam nas suas praias em busca do pau Brasil.
            E é de entontecer mesmo! Pipa está cercada por florestas e dunas e, logo na chegada, ao longo da estrada, você se depara com estonteantes praias de águas mornas e cristalinas que servem de abrigo para uma riquíssima fauna, incluindo golfinhos, peixes boi, tartarugas marinhas e aves exóticas, além de uma flora com os mais variados tipos de flores e frutas endêmicas na região, tudo isso em plena harmonia com paradisíacos coqueirais, piscinas e mirantes naturais, imponentes falésias ainda cobertas pela Mata Atlântica, dunas branquíssimas, enseadas, despenhadeiros...
            Mas em Pipa pode-se fazer de tudo: jogos de futebol na praia, passeios de barcos, de buggy, caiaque ou a cavalo, caminhadas e rally pelas trilhas da Mata Atlântica do Santuário Ecológico. A propósito, este é um dos encantos de Pipa: consegue conciliar um cenário deslumbrante e um roteiro de tirar o fôlego à uma infra estrutura cheia de charme e conforto, com hotéis e pousadas charmosas, bares transados, livraria irreverente, lojinhas e restaurantes de gastronomia com nível internacional.
            A gastronomia é um espetáculo à parte. Na rua principal, onde se concentra o movimento, encontram-se, a poucos passos de distância, delícias da cozinha regional e das mais diversas partes mundo, incluindo as delícias da França e da Espanha, a exoticidade da culinária do México, e a leveza da culinária Japonesa, dentre outras. Restaurantes e bares cheios de estilo e personalidade oferecem ambiente propício não só para aquele inesquecível jantar romântico, mas também para fazer novas amizades.
 A noite também é uma atração à parte. Cosmopolita e agitada, a balada pipense requer energia, pois dura pelo menos até o sol nascer. E o melhor: ela é frequentada por pessoas do mundo todo que se entregam mesmo ao swing, desde o molejo do forró regional às batidas do Techno, no Tribus Bar e na Boate Dos Calangos, para destacar apenas dois desses points, aliás lugares cativos desse tipo de público.
            Na verdade, Pipa também oferece aos seus visitantes uma experiência cultural única, onde o típico jeito acolhedor do nordestino se mistura com o luxo e sofisticação da influência mundial, transformando a vila numa pequena Babel.
            Em conversa com alguns turistas, pude ouvir o seguinte:
            Ecco il paradiso sulla terra! confessou, logo no nosso primeiro café da manhã, a italiana de voz estridente, dona da pousada onde nos hospedamos, que passou a nos brindar todas as manhãs com o entusiasmo de seu idioma nativo.
            Es una de las playas más hermosas que he conocido! declarou um vizinho de quarto argentino por nome Matias, que paquerava a minha cunhada.
            Awesome beautiful place! foi o que disse um gringo com sotaque esquisito que vendia bugigangas numa ladeira de Pipa.
            Das ist wunderschön! – disse um alemão numa sorveteria na rua principal de Pipa. Mas como meu alemão é fraco, a conversa não foi muito longe.
            Em uma lojinha especializada em sandálias havaianas, eu observava um casal que falava um idioma estranho, mas que vez ou outra eu identificava alguns rudimentos de uma língua um pouco conhecida minha. Aproximei-me do rapaz e, para começar a conversa, perguntei, em inglês:
            Where are you from?
            Holland, disse ele. – And You?
            I’m from Acre...
            And where is it? Is it Brazil?
            Yeah, it is. – respondi, e expliquei a ele onde ficava o Acre, e ele, bem simpático, achou interessante, ou pelo menos me pareceu achar, mas não sei se ele se localizou bem. RS!
            Continuamos a conversar e, do Acre voltamos a falar de Pipa, até o ponto em que a língua materna dele falou mais alto, e ele disse, meio extasiado:
            Een klein paradijs!
            Eine kleine Paradies?! – perguntei, pensando ter ouvido alemão.
            D’you also speak Dutch? – perguntou ele, pensando ter ouvido holandês.
            No! – eu disse. – I studied a little bit of German.
            Dutch is very similar to German. – disse ele.
            It’s like Portuguese and Spanish. – completei.
            Nesse momento, a vendedora da lojinha se aproximou com um par de havaianas um pouco maior do que pretendia o freguês. E ele, numa mistura de holandês com espanhol, obedecendo a organização frasal de seu idioma nativo, disse:
            Vier año cuatro.
            Habla spañol? – perguntei então.
            Sí, um poco. – respondeu ele.
            Yo también. – disse eu.
            E aí a conversa ficou mais em casa... pelo menos pra mim...
           
            Certamente foi essa efervescência o fator decisivo para a revista Viaje Mais eleger a noite pipense a “mais quente acima do Recife”. Mais do que vivenciar um dos points da badala nordestina, estar em Pipa é certeza de desfrutar “dias inesquecíveis de lazer e entretenimento ou simplesmente descanso e paz junto à natureza exuberante, sob as bênçãos de São Sebastião, padroeiro e protetor do lugar”.


Para saber mais, visite http://www.pipa.com.br, o seu guia completo de Pipa, nossa fonte para este artigo.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aos Alagados do Acre – via Dito pelo Maldito


De repente o Brasil acordou sabendo que o Acre existe. Infelizmente isso se deu da pior forma. Dessa vez não deu pra levar na brincadeira. Não deu pra esconder a situação como um primo feio que se nega o parentesco. Foi necessário que o Estado fosse assolado por uma chuva torrencial e entrasse em estado de calamidade para que a imprensa deslocasse a bunda de suas equipes do ar condicionado e as enviasse rumo ao calor acriano para registrar a triste situação do Estado e lembrar a elite brasileira de que chegar atrasado por conta da chuva na Marginal Tietê nem é tão terrível quanto parece.

Qual foi a última notícia que você escutou sobre o Acre?  Foi aquela sobre o terremoto? A do político assassino? Foi a morte de algum ativista? Ok... deixa eu mudar minha pergunta. Qual foi a última BOA notícia que você viu sobre o Estado do Acre? Uma que não o coloque nas páginas políticas e policiais. Já te foi sugerido uma viagem ao Acre no caderno de turismo de algum jornal?  

Sim, o Acre é longe. Porém, só continua isolado devido à ignorância das pessoas que só tomam conhecimento desse cantinho do Brasil quando alguma crise se instaura por lá. Como se o lugar fosse uma espécie de terra de ninguém.

É justamente essa falta de informação que faz com que as pessoas se sensibilizem mais com o tsunami no Japão do que com a situação do Acre por exemplo. Essa falta de vínculo que faz com que alguns se identifiquem mais facilmente com estranhos do outro lado do mundo do que com seus iguais.

Não sou acriano, mas particularmente, sempre que me olho nu em frente ao espelho me identifico mais com a grandeza selvagem de um índio do que com a micro tecnologia oriental. Entende o que quero dizer? Mas se não for o seu caso, desconsidere essa sentença.


Quer ajudar os Alagados do Acre? Comece desafogando sua mentalidade.
O Acre possui uma identidade cultural incrível, de fazer inveja a muitos outros estados que se limitam em copiar as festas típicas das grandes capitais. Tenho certeza que os acrianos também gostariam de ser lembrados pela mídia durante seu Festival do Açaí, na ExpoAcre, pela Cavalgada anual e até mesmo pela sua Parada Gay (Triste do estado que não tem a sua!). Mas por favor, vamos alterar o chavão do ‘O Acre não existe’ para um ‘Eu não conheço o Acre’, assim sua ignorância fica menos acentuada. 

           Afinal, eu também não te conheço, mas nem por isso sou idiota a ponto de dizer que tu não existe ou de repetir qualquer estupidez que escuto a seu respeito, justamente porque eu não te conheço. Deu pra entender a matemática da coisa?

Pra te ajudar, te informo que enquanto muitos estados já tentaram trair a pátria mãe reclamando por independência, o Acre é o único que já lutou de armas em punho pelo direito de fazer parte deste país. Talvez por que seja um dos últimos lugares onde a população ainda se mantém genuinamente brasileira, sem nenhuma ou com bem pouca influência de imigrantes estrangeiros. Uma terra que tem o sangue de sua gente impresso em sua bandeira, a mais verde e amarelo do país. 

Enfim... O Acre é o Brasil raiz.
           

Fonte do texto: Blog Dito pelo Maldito


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Férias exóticas – Praia de Tambaba - PB (Parte 1 de 2)

Um pouco de história
Famosa por sua seção naturista e também por ter sido escolhida para sediar o 31º Congresso Internacional de Naturismo da FNI (Federação Internacional de Naturismo), que ocorreu em 2008, com votação realizada durante o 30º Congresso Internacional de Naturismo que ocorreu na cidade de Cartagena, na Espanha, em setembro de 2006, Tambaba, que venceu com expressiva votação a região concorrente (Calábria, Itália), passou definitivamente para o circuito intenacional dos praticantes do nudismo, sendo a primeira praia do Brasil a permitir o naturismo por lei municipal. Está situada no município do Conde-PB, a aproximadamente 37km da capital João Pessoa.
O congresso do qual Tambaba foi sede é um evento bianual, e sediá-lo é algo comparável a sediar uma olimpíada, tendo em vista o grau de importância do evento no cenário mundial.
Com isto, Tambaba entrou para a história do Naturismo mundial, já que é a primeira área Naturista do Hemisfério Sul e a primeira área Naturista da América Latina a sediar um evento deste porte.
Em Tambaba o naturismo é gerenciado pela Sociedade Naturista de Tambaba (SONATA), que organizou uma série de normas de conduta ética, de modo a garantir um padrão de comportamento na praia. Dentre as normas, destacamos a proibição de filmagens ou fotografia, sem autorização; a obrigação de nudez total para entrar na seção naturista e a proibição total de qualquer comportamento ou práticas sexuais, condutas estas relacionadas com o Código de Ética Naturista.

Visitando Tambaba
Logo à entrada, depois de tomada a decisão de que embarcaríamos no Naturismo, o fiscal de praia nos advertiu:
“Vocês sabem como são as regras, não sabem?”
Passou pela minha cabeça devassa fazer uma brincadeira e perguntar:
“E existem regras? RS!”
Mas me contive e mantive a boca fechada.
O fiscal continuou:
“Aqui é o seguinte: a partir deste ponto é todo mundo nu! Mas vejam bem, disse ele, é um ambiente bem familiar, de respeito!”
Pensei então, com um sorriso estampado na face: “É claro! Quem sou eu pra duvidar?!”
Olhei pra um lado e pro outro. Havia um senhor que esperava a sua senhora bem ao meu lado direito. Um pouco mais à frente, um casal bem jovem. Ambos nus!
Eu, ainda de sunga, próximo a uma escadaria que dá acesso ao setor naturista, comecei, acreditem, a ficar envergonhado; não porque estava prestes a ficar como eu tinha vindo ao mundo, mas por ainda ser o único indivíduo vestido em meio a tanta gente pelada, inclusive minhas acompanhantes! Só eu era o diferente!
“Vamos!” – disseram elas.
E eu, obediente que sou, fui.
Entramos... Silêncio...
Em seguida risos desmedidos de todos nós!
Foi muito estranho e engraçado ao mesmo tempo.
Passados 15 minutos, o cérebro se acostuma, a tensão alivia, o preconceito se esvai, e tudo passa a parecer como se fosse a coisa mais natural do mundo. E de fato, é isso mesmo: a coisa mais natural do mundo.
Pra resumir numa única frase: Lugar lindo, espetacular, paradisíaco!
Ficamos lá por mais ou menos uma hora e meia e saímos revigorados.
O que vimos e fizemos por lá? Ahhh! Isso eu não posso dizer não! RS! Fica por conta da imaginação de vocês!
               
A história pós-Tambaba:
O primeiro comentário com tom de inquisição que ouvimos quando dissemos que visitamos Tambaba foi:
“Não acredito! Vocês entraram?! Meu Deus do Céu!” – tudo isso, é claro, acompanhado de mão na boca e de olhos bem arregalados em sinal do mais profundo espanto.
“Temos fotos!” – dissemos.
“Não acredito de novo!” – foi a resposta.
Mostramos as fotos e ouvimos:
“É montagem! As fotos estão muito comportadas!”
“Querem o que mais?!” – perguntamos.
Obtivemos apenas espanto como resposta.
Paciência, então...
De qualquer modo, conosco é assim: matamos a cobra e as aranhas, mas... mas não mostramos o pau. Aí já é demais!
Brincadeiras à parte, o lugar é mesmo um paraíso, no estilo Adão e Eva, só não sei dizer se bem antes ou bem depois de comerem a maçã! Em Tambaba, não deu muito pra me ligar na história bíblica.
E agora, para os meus leitores não duvidarem que estivemos lá, vou mostrar apenas duas fotos. Esse coqueiro aí embaixo nas pedras e a plaquinha na área de nudez são as únicas coisas peladas que vocês vão ver, naturalmente. Afinal de contas, temos um nome a zelar! RS!



Ficaram curiosos?!
Quem quiser conhecer Tambaba, aconselho a visita. Valeu a pena. Ah! E tirem suas próprias fotos, porque as minhas vocês não verão! JAMAIS! RS!
Até a próxima.




Wallace Rocha